Wendy Braanker*
12-04-2007
O gás europeu está se tornando escasso. Nada de alarmante para este ano, mas dentro de um determinado tempo sim. A conferência sobre gás, realizada em Amsterdã, no mês de março, chegou à conclusão de que nada mais resta do que manter boas relações com a Rússia e o Irã, países ricos em reservas de gás e petróleo. Mas, nem todos apreciaram este parecer. Um quarto do gás usado na Europa vem da Rússia. E a demanda só tende a aumentar, segundo as opiniões correntes durante aquela Conferência de Amsterdã sobre os interesses da Europa com relação ao gás, já que a sua própria reserva, segundo as maioria dos peritos presentes, deverá se esgotar dentro de alguns anos.Para o professor do Instituto Oxford de Estudo Energéticos, Jonathan Stern, o gás doméstico europeu, com as produções britânicas e holandesas diminuindo e, provavelmente, a norueguesa deverá ser aumentada, a Europa, por volta de 2015, deverá ter um grave problema tendo que importar o gás de outros lugares distantes. Em se tratando de gás fora do território europeu, a União Européia também estará concorrendo com os Estados Unidos e países asiáticos, onde a demanda também está aumentando. Energia eólica e solar podem dar a sua contribuição para solucionar parte do problema. De qualquer forma, para essas duas formas de energia serem partes de uma solução na Europa, será necessário mais tempo e mais investimentos. Por isto mesmo é que Stern é favorável a uma relação mais estreita da Europa com a Rússia e os países do Oriente Médio. "Se gostamos ou não dos russos, iranianos ou de outros países exportadores de petróleo e gás não é relevante. E nem ditamos como eles devem se comportar e tocar as suas indústrias. É claro que eles não vão nos ouvir. Temos que entender que esses países também têm as suas agendas e os seus planos de investimentos. Temos que levar tudo isto em consideração. A razão porque os atuais diálogos não estão funcionando é porque não levamos tudo isto em consideração e simplesmente dizemos a eles o que queremos" - palavras do professor Jonathan Stern. Stern complementou ainda que políticos europeus devem parar de impor as suas vontades aos países exportadores de petróleo e gás. Esses países ganharam mais poder devido ao aumento do lucro com a exportação de gás e petróleo, afirmou o professor.
*Adaptação: Luís Henrique de Freitas Pádua
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