segunda-feira, outubro 12, 2009

IPC-IG launches collection of ninety-nine One Pagers

 

This book aims at stimulating public policy debates on key inclusive development issues. Covering interrelated areas, such as access to basic services, cash transfers, gender equality, employment, and inclusive economic policies, it is a useful tool for policymakers, researchers, the civil society and the UN family. more

HONDURAS REPETE A GUATEMALA, 55 ANOS DEPOIS

 

Atualizado em 12 de outubro de 2009 às 13:35 | Publicado em 12 de outubro de 2009 às 13:07

por Luiz Carlos Azenha

Se me fosse dada a opção de escolher o currículo de formação de novos jornalistas, eu optaria por colocá-los para estudar História.

Não dá para ver o golpe em Honduras fora de seu contexto econômico e histórico internacional.

Do ponto-de-vista da economia, a crise nos Estados Unidos teve um tremendo impacto em toda a América Central. Nos Estados Unidos os centro-americanos cumprem o papel de derrubar os salários locais. E ajudam a sustentar as economias de seus países de origem com as remessas de dólares.

Com a crise, as elites locais da América Central, atreladas a interesses estrangeiros, não querem fazer qualquer concessão. O principal produto desses países é a mão-de-obra barata: os homens imigram, as mulheres trabalham nas maquilas, empresas que montam produtos exportáveis para os Estados Unidos.

Fazer concessões aos movimentos sociais implica em ameaçar a vantagem competitiva que esses países podem oferecer aos investidores estrangeiros: o trabalho semi-escravo.

De repente, surge na equação um sujeito chamado Hugo Chávez. Com o dinheiro do petróleo, pode equilibrar esse jogo. Todos esses países são dependentes de importação de energia. Além de acesso a petróleo mais barato, através de Chávez os governos podem obter financiamento externo para projetos de infraestrutura e programas sociais.

Ou seja, é uma perspectiva de autonomia numa região que sempre foi quintal político e econômico dos Estados Unidos, o que vale também para o grande vizinho ao Norte, o México.

Portanto, Manuel Zelaya era um exemplo a ser combatido.  Embora eleito por um partido de centro-direita, ameaçava romper o pacto das elites hondurenhas, assentado sobre a exploração da mão-de-obra local.

Zelaya, como vocês sabem, deu aumento de 65% no salário mínimo.

Quanto à conjuntura internacional, Honduras desempenha um papel importante como uma espécie de porta-aviões em terra para projetar o poder militar dos Estados Unidos na América Central.

Embora Zelaya não tenha falado em acabar com isso, as ideias dele representavam ameaça de médio prazo, especialmente num quadro em que a Venezuela se contrapõe abertamente aos Estados Unidos na América Central e no Caribe.

Engana-se quem acha que a transição do governo Bush para o governo Obama foi completa. Os neocons não deixaram o poder completamente nos Estados Unidos. Alguns deles são assessores de Hillary Clinton no Departamento de Estado. Outros lutam de dentro da burocracia estatal. E há a câmara de eco neocon nos institutos de estudos internacionais, revistas e jornais, que trava uma luta diária para influenciar a política externa. Eles são fortíssimos no Pentágono e na CIA.

Além de pregar a completa hegemonia política, econômica e militar dos Estados Unidos, os neocons agem em defesa de grandes interesses econômicos, os mesmos que sustentam seus institutos e publicações.

A História da América Central é a história da subordinação local a esses interesses.

Foi para combater a "ameaça comunista" que os Estados Unidos derrubaram o governo de Jacob Arbenz na Guatemala, em 1954, num período em que a United Fruit tinha o monopólio da produção de banana e era dona da maioria das terras; a subsidiária dela, International Railways of Central America (IRCA), controlava o transporte; e a Electric Bond and Share (EBS) controlava a produção e distribuição de energia.

"Vista no contexto da Guerra Fria, a intervenção dos Estados Unidos na Guatemala foi a primeira expressão na América Latina de uma política desenvolvida inicialmente na Grécia. No período depois da Segunda Guerra Mundial, o capital dos Estados Unidos estava se expandindo mundialmente em uma escala sem precedentes. Movimentos de trabalhadores nos Estados Unidos e no estrangeiro (especialmente os abertos às ideias comunistas) eram vistos como ameaça a essa expansão e portanto tinham que ser colocados sob controle. No estrangeiro, a intervenção de 1947 na Grécia foi o precedente. Os Estados Unidos jogaram centenas de milhões de dólares na Grécia para esmagar uma revolta revolucionária militarmente. A Doutrina Truman deu a justificativa, ao dizer que os Estados Unidos precisam 'apoiar povos livres que estão resistindo à subjugação por minorias armadas'. A Guatemala foi a primeira aplicação dessa lógica na América Latina (vista também na derrubada do governo nacionalista de Mossadegh no Irã). Nesse contexto, os Estados Unidos fizeram um teste na Guatemala de um modelo para reverter revoluções sociais na América Latina clandestinamente, sem mandar os fuzileiros navais. Muitos aspectos desse modelo foram aplicados na invasão da baía dos Porcos (Cuba) e em operações clandestinas subsequentes, inclusive na guerra dos contra nos anos 80 contra a Nicarágua". (Do livro The Battle for Guatemala, de Susanne Jones).

Hoje, os grandes interesses econômicos que colocam Barack Obama na parede representam o capital multinacional que prega a "flexibilização" do trabalho, o desmanche do estado, a criminalização dos movimentos sociais reinvindicatórios, o estado da segurança nacional, a guerra permanente e o acesso desimpedido às matérias primas.

A grande ameaça a esses interesses é o voto popular. A grande arma deles é a mídia. O golpe em Honduras resultou de uma conjuntura política interna, mas dentro de um contexto econômico e político internacional. É o neogolpe. A repetição da História, agora como farsa, na qual o antichavismo faz o papel do anticomunismo, para despistar os verdadeiros objetivos: garantir a completa subordinação da mão-de-obra. É a parte que nos cabe nesse latifúndio.

 

http://www.viomundo.com.br/opiniao/honduras-repete-a-guatemala-55-anos-depois/

quinta-feira, outubro 08, 2009

Concentração de terras no Brasil

 

1% das fazendas concentram 46% da terra produtiva

O IBGE divulgou há poucos dias o Censo Agropecuário de 2006. Em editorial, o jornal Brasil De Fato, fez um resumo de seus resultados. Pela importância, reproduzimos esse resumo.

Em relação ao Censo anterior, de 1996, “diminuiu o número de estabelecimentos com menos de 10 hectares. Eles representam os pobres do campo, e eram em 2006 cerca de 2,5 milhões de famílias. A área ocupada por eles baixou de 9,9 milhões de hectares para apenas 7,7 milhões, correspondendo a apenas 2,7% da área total brasileira. No outro lado, temos apenas 31.899 fazendeiros que dominam 48 milhões de hectares em áreas acima de mil hectares. E outros 15.012 fazendeiros com áreas superiores a 2.500 hectares, que totalizam 98 milhões de hectares. São os fazendeiros do agronegócio, que representam menos de 1% dos estabelecimentos, mas controlam 46% de todas as terras”.

“De um lado, a grande propriedade do agronegócio se especializou em produtos para exportação, como soja, milho, cana e pecuária, que dominam a maior parte das terras. Esses três produtos usam 32 milhões de hectares, enquanto os principais alimentos da dieta brasileira usam apenas 7 milhões de hectares para plantar arroz, feijão, mandioca e trigo”.

O agronegócio “ficou mais dependente do capital financeiro e das empresas transnacionais. O valor bruto da produção agrícola (PIB agrícola) foi de 141 bilhões de reais, em 2006. Destes, 91 bilhões produzidos pelo agronegócio, mas precisou de 80 bilhões de reais de credito rural dos bancos e da poupança nacional para poder produzir. Já a agricultura familiar, produziu 50 bilhões de reais, e utilizou apenas 6 bilhões de reais”, analisa.

“A agricultura familiar produziu comida, e para o mercado interno. O agronegócio produziu commodities, dólares, para o mercado externo. Por isso é dominada pelo controle das grandes empresas transnacionais que controlam o mercado e os preços. As 20 maiores empresas que atuam na agricultura tiveram um PIB de 112 bilhões no ano de 2007. Ou seja, praticamente toda produção do agronegócio é controlada na verdade por apenas 20 grandes empresas. E, em sua maioria, estrangeiras”.

Atualidades Enem 2009 Parte 01

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Atualidades Enem 2009 Parte 02

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3º Ano Atualidades Enem 2008

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Pré-sal: perguntas e respostas

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domingo, outubro 04, 2009

O vazamento do ENEM

 

 

Do Estadão
PF indicia empresário e DJ por vazamento de prova do Enem
Os 2 foram interrogados ontem em São Paulo; polícia procura terceiro homem suspeito de participar da fraude
Sergio Pompeu, Renata Cafardo e Fausto Macedo
A Polícia Federal indiciou ontem dois suspeitos de fraudarem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): o empresário e publicitário Luciano Rodrigues e o DJ Gregory Camillo de Oliveira Craid. A PF está convencida do envolvimento de ambos na trama do vazamento das provas. O exame foi cancelado na quinta-feira depois que o Estado avisou o Ministério da Educação (MEC) que havia tido acesso ao caderno de questões.
Rodrigues e Gregory foram interrogados à tarde na superintendência regional da PF em São Paulo. Depois dos depoimentos, eles foram liberados. A polícia não vê necessidade de pedir a prisão dos dois à Justiça. Gregory afirmou à PF que teria sido Felipe Pradella quem obteve as provas e as repassou a ele. Ainda não se sabe se Pradella é segurança do consórcio contratado para aplicação e logística do exame ou se tinha a função de coordenar o manuseio dos cadernos de questões.
O plano era vender os documentos “para repórteres” e “levantar um dinheiro”. A PF acredita que o escândalo que levou ao adiamento do Enem, que seria neste fim de semana, foi protagonizado por “um grupo amador”. Após 72 horas de investigação, o inquérito está praticamente fechado na avaliação da PF. Falta localizar Pradella.
A PF quer saber se ele teria agido sozinho ou se teve auxílio de alguém em posto mais graduado na equipe que atua no consórcio para que tivesse acesso ao cofre onde os papéis estavam guardados. A PF pretende estabelecer se o segurança conseguiu a prova “no exercício do cargo” ou se a furtou com a cumplicidade de algum superior.
Equipes policiais percorreram endereços do investigado. Se até amanhã ele não se apresentar, a PF vai requerer formalmente à Justiça Federal sua prisão e mandados de busca. A PF tem pressa. A Presidência da República pediu uma resposta o quanto antes. Por determinação de seu diretor-geral, delegado Luiz Fernando Corrêa, a PF quer concluir a missão no início da semana.
Na noite de sexta-feira, a equipe do delegado Marcelo Sabadin, que conduz a apuração, começou a procurar Gregory. Primeiro os agentes foram a uma danceteria em Osasco. Depois, bateram à porta da MySpace, balada no Itaim. O DJ atua rotineiramente nesses endereços.
Às 3 horas de ontem, a PF fez contato com o advogado Antônio José Craid, pai de Gregory. Os dois estavam reunidos na casa do advogado, em Barueri. “Estou me inteirando dos fatos”, disse ele à PF. O delegado convenceu Craid a apresentar o rapaz. Também foi antecipado o depoimento de Luciano Rodrigues, inicialmente marcado para amanhã. O empresário foi à PF acompanhado de seu advogado, Luiz Vicente Bezinelli.
VIOLAÇÃO DE SIGILO
Rodrigues e Gregory foram enquadrados no artigo 325 do Código de Processo Penal, que define o crime de violação de sigilo funcional – revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em silêncio. A pena prevista, em caso de condenação, é de 6 meses a dois anos de detenção. Eles foram indiciados também no artigo 327 que considera funcionário público, “para os efeitos penais”, quem, embora de maneira transitória ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública – neste caso a pena será aumentada da terça parte.
Gregory relatou à PF que, de posse das provas que lhe teriam sido entregues por Felipe Pradella, procurou Luciano Rodrigues, seu amigo e dono de uma pizzaria nos Jardins. O encontro na pizzaria ocorreu na terça-feira à noite. Ele declarou estar desempregado e contou que Pradella é seu amigo “há mais ou menos 4 ou 5 anos, empinaram pipa e jogaram futebol” nas ruas de Osasco e de Barueri, na Grande São Paulo.
“Esse amigo da gráfica sabia que eu tinha contato com a imprensa porque sou DJ e conheço muitos repórteres”, disse Gregory. Segundo a PF, ele admitiu que pretendia vender a papelada. Rodrigues afirmou que não sabia da venda dos documentos. Disse que pretendia apenas levar para a imprensa o que considerava “um furo jornalístico de grande importância”.
“O Luciano foi indiciado por divulgar documento público, não foi indiciado por ter participado do furto ou do vazamento”, declarou o advogado Luiz Bezinelli. “Estou achando um absurdo o indiciamento . Tanto que na segunda-feira vou impetrar habeas corpus para trancar o inquérito contra ele.”
Como_ser_o_enem_2009

sexta-feira, outubro 02, 2009