Tropas do governo retomaram a maior parte da capital da República Democrática do Congo, Kinshasa, nesta sexta-feira, depois de um segundo dia de combates com milicianos.
A maioria dos homens leais a Jean-Pierre Bemba, candidato derrotado nas eleições presidenciais do ano passado, fugiu do distrito comercial da cidade.
Testemunhas dizem que dezenas de corpos crivados de balas foram retirados das ruas e a população recebeu ordem para não sair de casa.
Mais cedo, foi expedido mandado de prisão contra Bemba por alta traição.
Ele se refugiou na embaixada da África do Sul, e negou estar planejando uma operação militar para depor o presidente Joseph Kabila.
Um prazo para que a guarda de Bemba se desarme expirou nesta semana, mas ele deseja garantias adicionais de segurança antes que seus homens deponham as armas.
A eleição do ano passado - a primeira eleição livre em 40 anos na ex-colônia belga - transcorreu pacificamente, despertando esperança do fim de anos de conflito e caos administrativo.
Saques
O correspondente da BBC em Kinshasa, Arnaud Zajtman, disse que ainda pode ser ouvido tiroteio esporádico, mas os soldados do governo controlam o centro comercial da cidade.
Segundo Zajtman, vários supermercados, lojas e residências foram saqueados por tropas do governo.
Integrantes da guarda de Bemba foram vistos em fuga, abandonando seus uniformes e se entregando às forças de paz das Nações Unidas (ONU), que permanecem no país.
O vice-ministro do Exterior da África do Sul, Aziz Pahad, pediu a todos os lados que interrompam os combates, mas não disse se o ex-líder rebelde será entregue às autoridades congolesas.
"Sem negociações"
O porta-voz do governo da República Democrática do Congo, Toussaint Tshilombo, disse que Bemba usou as Forças Armadas para interesses próprios.
Mas o ex-vice-presidente negou desejar depor Kabila e alegou que sua casa foi atacada quatro vezes. "Eu sinto que eles querem me matar", afirmou.
Bemba pediu negociações com o governo sobre seu arranjo para segurança.
Como ex-vice-presidente no governo de transição, Bemba tem direito a proteção de 15 policiais.
Sob um outro acordo assinado antes da eleição, o vitorioso no pleito se comprometia a garantir a segurança do candidato derrotado.
Mas o ministro da Informação do país disse que, como o governo foi eleito democraticamente, não havia mais razão para novas conversações.
Kabila obteve 58% dos votos e Bemba, 42%, nas eleições de outubro passado.
FONTE: BBC
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