sábado, outubro 25, 2008

Aulas de adaptação para imigrantes é apartheid, acusa revista italiana Famiglia Cristiana


Quinta-Feira - 23/10/2008

A revista italiana Família Cristã, uma das mais importantes publicações italianas voltadas ao público católico, divulgou matéria condenando  a proposta de aulas de adaptação para crianças imigrantes, definido-as como "aulas-gueto" e "a primeira medida racial do Parlamento". Segundo a Revista, "A moção aproxima perigosamente a escola da segregação e da discriminação".

Em agosto passado, a Revista, vinculada  à Società Apostolato San Paolo, criou uma forte polêmica ao destacar, em editorial, que a Itália corria o risco de retornar ao fascismo. O texto, assinado por Beppe Del Colle, apontando vários argumentos para indicar o renascimento do fascismo em função de medidas tomadas pelo atual governo, levou o Vaticano a negar que a publicação tivesse habilitação para exprimir o pensamento da Santa Sé.  A revista é acusada por políticos de centro-direita de seguir a cartilha do comunismo.

Agora, reagindo à intenção do governo de criar classes especiais para imigrantes, a revista frisa que  “o problema da inclusão dos estrangeiros na escola é real, mas as respostas não são de integração. Quem pensa em um 'desenvolvimento separado' na Itália, saiba que esse conceito em outra língua se chama apartheid".

Ainda conforme a famiglia Cristiana, oO governo poderia substituir e derrubar (por amor à pátria) a primeira moção racial aprovada pelo Parlamento italiano. Ou observar experiências como em Florença, onde um ônibus leva as crianças estrangeiras da escola para aulas de italiano e depois as leva de volta às salas de aula."

A medida do governo  prevê que as crianças imigrantes, além da língua italiana, devam aprender o respeito às tradições territoriais e regionais, à diversidade moral e à cultura religiosa do país que as acolhe, o apoio à vida democrática e a compreensão de direitos e deveres. "Alguém sabe dizer como explicar isso a uma criança de 5 ou 6 anos, que deve ainda aprender italiano?", questionou a revista.

Família Cristã recordou que, nos anos 60, quando crianças napolitanas, calabresas ou sicilianas iam à escola em Novara (cidade da região do Piemonte, norte da Itália), ninguém pensou em colocá-las em uma "classe diferencial" para que aprendessem italiano, costumes e tradições do Norte, nem fazer um teste de ingresso. Por que agora se pensa nessas medidas?", concluiu a publicação. (Com RV)

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