quarta-feira, março 11, 2009

Para Calderón, o problema do narcotráfico no México é causado pelo alto consumo de drogas norte-americano

 

O presidente do México, Felipe Calderón, afirmou, na quinta-feira, dia 5 de março, que a principal causa dos problemas com o narcotráfico que enfrenta esse país, e que têm causado mortes e enfrentamentos violentos em vários estados, é a falta de controle do consumo de drogas nos Estados Unidos. Declarou também que não aceita a pressão para negociar com os cartéis para – hipoteticamente - diminuir a violência.
Em entrevista difundida pelo jornal francês “Le Monde”, o mexicano, que não se caracteriza por desenvolver uma política independente da Casa Branca, disse que “se os Estados Unidos não fossem o maior mercado de drogas do mundo, não teríamos este problema”.

Calderón assinalou ainda como um elemento muito prejudicial o comércio de armas, com a particularidade de que “a esmagadora maioria” das confiscadas no México tinham sido compradas no país vizinho, “incluído material que é propriedade exclusiva do exército estadunidense”.

Nesse aspecto, condenou que o governo Bush houvesse levantado em 2004 a proibição de vender armas consideradas muito perigosas.

O presidente, que chegou ao governo com o apoio de Washington, considerou que enquanto os EUA não mudem sua própria legislação, o México se converteria “no paraíso da droga e do crime”.

O vice-ministro de Relações Exteriores mexicano, Carlos Rico Ferrat, também denunciou que parte do fracasso da luta contra o tráfico de armas na fronteira, se deve a que funcionários dos estados fronteiriços estadunidenses, mantém vínculos com o crime organizado do México.

As afirmações do funcionário mexicano coincidiram com o começo de um julgamento em Arizona, nos Estados Unidos, de um empresário acusado de vender mais de 600 armas de fogo ao cartel de Sinaloa, um dos mais poderosos no México.

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