O presidente da Bolívia, Evo Morales, ordenou, na segunda-feira, dia 9, a expulsão do país do mexicano-estadunidense Francisco Martínez, funcionário da Embaixada dos Estados Unidos em La Paz. O presidente denunciou Martínez por suas ações em conjunto com a oposição separatista num plano golpista contra seu governo entre agosto e setembro passados.
“Francisco Martínez era o contato com o grupo de opositores durante todo o processo de conspiração”, argumentou Morales durante o ato de posse do novo comandante da Polícia boliviana, general Víctor Hugo Escobar, acrescentando que “tentaram de tudo para impedir a nova Constituição, buscaram insuflar a população contra o governo, e dividir o país. São setores fascistas e não vamos permitir que agentes estrangeiros atuem no nosso país”.
Depois de explicar os contatos de Martínez com os governadores de oposição, “hoje decidi declará-lo persona non grata e peço ao chanceler (David Choquehuanca) comunicar a decisão ao escritório da Secretaria de Estado dos Estados Unidos em La Paz”, disse Morales.
Martínez, que deverá abandonar o país andino no prazo de 48 horas, é o segundo funcionário expulso da embaixada americana na capital boliviana, depois do embaixador Philip Goldberg, em setembro último.
O agente foi também acusado de manter relação com Rodrigo Carrasco, um ex-policial boliviano formado em centros estadunidenses em inteligência, segurança, comunicações e política, infiltrado na estatal petroleira da Bolívia (YPFB).
Carrasco, destituído da YPFB, “é um impostor. Ingressou com um título de engenheiro comercial quando não era nada disso, trabalhou no esquema norte-americano no Iraque, fez mais de 20 viagens aos EUA. Não sei como contratam essa classe de pessoas. Ele penetrou nos altos mandos da estatal, mantendo contatos permanentes com a embaixada dos EUA para realizar operações encobertas, sabotagem. Manteve-se lá durante muito tempo, roubou documentos, armou contra a empresa e contra o governo”, afirmou Evo.
O presidente disse que ficou claro, só agora, à luz dessas informações, a escassez de combustíveis que ocorreu no país entre agosto e setembro últimos, quando grupos de separatistas estouraram gasodutos, tomaram aeroportos e escritórios do Estado nas cidades de Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando, cujas autoridades se opõem ao governo nacional.
No final de janeiro, o presidente da YPFB, Santos Ramírez, foi destituído da sua função na presidência da YPFB por conciliar com a corrupção e com ações de sabotagem.
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