sábado, março 14, 2009

Encontro do Conselho de Defesa da Unasul


Conselho condiciona presença dos EUA ao fim
do bloqueio a Cuba

Os ministros de Defesa dos 12 países da União de Nações Sul-americanas, Unasul, puseram oficialmente em funcionamento o Conselho de Defesa do organismo regional, para promover a cooperação entre as distintas forças armadas, gerar operações de paz conjuntas e dar transparência aos gastos militares.

Em declaração anexa acordaram impulsionar uma luta coordenada contra o narcotráfico. Observadores assinalaram que, desta forma, se coloca uma barreira à política intervencionista dos EUA, que usam o pretexto de combate ao narcotráfico para manter tropas e bases em alguns países e realizar ações de espionagem.

Os ministros da Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela foram recebidos no palácio de La Moneda pela presidente Michelle Bachelet, cujo país exerce a presidência pro-tempore da Unasul.

Ao inaugurar o primeiro Conselho, o ministro chileno de Defesa, José Goñi, precisou que se trata de “um mecanismo para gerar nossas opiniões, nossas visões e nosso próprio plano de ação em assuntos de defesa”. Esclareceu, ainda, que o CDS não quer nenhuma semelhança com a OTAN, mas tem como objetivo “dar vida a uma aliança que fortaleça a confiança mútua mediante a integração, o diálogo e a cooperação em matéria de defesa. É uma zona de paz, base para a estabilidade democrática e o desenvolvimento integral dos povos”.

Em sua primeira declaração, o Conselho de Defesa Sul-americano condicionou a possibilidade de que os Estados Unidos ingressem como observadores a esta instância a que Washington mude sua relação com Cuba.

A posição, aprovada pelos 12 ministros participantes, foi apresentada pelo ministro de Defesa do Brasil, Nelson Jobim, que afirmou que “a mudança das relações dos EUA com Cuba é uma condição para uma nova apresentação desse país na região”, assegurando que assim o expressou ao chefe do Estado Maior Conjunto norte-americano, Mike Mullen, que visitou o Brasil, Chile e Colômbia, na semana passada.
A ministra argentina, Nilda Garré, coincidiu em que “Cuba é um tema pendente para a região” e acrescentou que a nova administração americana “tem uma oportunidade para acabar com essa situação injusta e discriminatória”.

Walter San Miguel, ministro boliviano de Defesa, perguntado sobre o bloqueio norte-americano, assinalou que se trata de medidas contra o povo cubano e sublinhou que “nós não concordamos com medidas hegemônicas”.

Os 12 ministros da área reiteraram que os EUA não poderão mudar “sua carta de apresentação” ante a região, enquanto mantenham o bloqueio econômico a Cuba.

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