sexta-feira, julho 28, 2006

MAssas de Ar - BR

Informações Climáticas: "Massas de ar no Brasil

As massas de ar são porções individualizadas do ar atmosférico que trazem em suas características e propriedades, as condições gerais do tempo dos locais onde se formam. O deslocamento das massas são provocados pela diferença de pressão e temperatura entre as diversas áreas da superfície. Portanto, as massas de ar estão geralmente associadas a sistemas de baixa e alta pressão. As áreas de baixa pressão são receptoras de ventos e com grande instabilidade atmosférica caracterizada por grande nebulosidade e precipitação elevada. Já as áreas de alta pressão tendem a ter menores temperatura e são dispersoras de ventos, portanto tem em sua característica não ter nebulosidade e possuir estabilidade atmosférica."

quinta-feira, julho 27, 2006

Quintana: Pra que viver assim num outro plano?

Quintana: Pra que viver assim num outro plano?

Celebrando o centenário de Mario Quintana - no dia 30 -, o mais importante poeta do Rio Grande do Sul e um dos mais populares do país, o também poeta gaúcho Sidnei Schneider mergulha na obra do autor para analisar os meandros que fizeram dele um dos grandes da poética lírica e cotidiana, apesar de fugir das grandes questões do seu tempo

SIDNEI SCHNEIDER

A comemoração dos 100 anos de nascimento de Mario Quintana, além de colocar obra e poeta em evidência, é momento adequado para indagações e releituras. Coroado poeta mais importante do Rio Grande do Sul, contribuição do estado para a plêiade nacional, diante do qual devem se posicionar obrigatoriamente os novos autores e as novas gerações de leitores, sua poética merece respeito e exame, saudação e crítica, única maneira de homenageá-lo sem rapapés e ingenuidades, detestadas por ele.

No primeiro livro, A Rua dos Cataventos (1940), espécie de filme de cenas sucessivas compostas por sonetos, é possível identificar os dois vetores que o levariam a ser um poeta do cotidiano, das pequenas coisas da vida de onde pretendeu arrancar uma revelação e, função direta de toda poesia, uma maneira nova de sentir o mundo. Para tanto, recusou o isolamento da torre de marfim, o lugar em que deveria ficar o poeta segundo escolas literárias tão voltadas para o respectivo aspecto formal quanto despreocupadas da realidade, como o parnasianismo e, tirante o melhor de Cruz e Sousa, o simbolismo. Assim, a proposta anterior era clara:

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

(A um poeta – Olavo Bilac)

Cabe a Quintana o mérito de produzir uma antítese disso, no melhor dos seus sonetos:

Minha rua está cheia de pregões.
Parece que estou vendo com os ouvidos:
“Couves! Abacaxis! Cáquis! Melões!”
Eu vou sair pro Carnaval dos ruídos,

Mas vem, Anjo da Guarda... Por que pões
Horrorizado as mãos em teus ouvidos?
Anda: escutemos esses palavrões
Que trocam dois gavroches atrevidos!

Pra que viver assim num outro plano?
Entremos no bulício quotidiano...
O ritmo da rua nos convida.

Vem! Vamos cair na multidão!
Não é poesia socialista... Não,
Meu pobre Anjo... É... simplesmente... a Vida!...

(Soneto IV)

Acontece que essa mesma disposição de aproximar-se do real, aqui tão bem formulada, não era total nem irrestrita, o poeta permanecia, por opção, adstrito a determinados temas e abordagens, negando-se a abarcar a totalidade da vida: colocava fora do campo da sua sensibilidade poética, em assumido a priori declarado em verso e prosa, tudo o que fosse socio-político. Verdade que muitas coisas são sociais e políticas, e em sentido amplo e humano, tudo, mas quanto ao que ele se referia, por exceção alguma vez se contradisse, tematizando os humilhados sociais, entretanto tais poemas, de acordo com ele mesmo, estão longe de figurar entre os melhores. Independente da preocupação que o cidadão Mario Quintana pudesse ter com os grandes acontecimentos da sua época, ela parecia ser insuficiente para penetrar a sua poesia ou esbarrava nessa limitação auto-imposta. Diferentemente do que fizeram Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Cecília Meireles, João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar e outros. Não só porque abordaram uma problemática que afetava nosso modo de viver e encarar o mundo – Segunda Guerra, bomba atômica, luta pela soberania, questões sociais brasileiras, período ditatorial – diretamente, mas porque as aflições e desejos dos brasileiros e da humanidade estavam subjacentes ao conjunto de sua obra de maneira diversa, não excludente. A possibilidade da hecatombe nuclear, como não podia deixar de ser, sensibilizou a Quintana, gerando vários poemas. Mas não se trata aqui, bem entendido, de exigir que o poeta só se refira a grandes temas ou episódios, menosprezando os outros – uma formiga trazendo o frêmito da vida à página em branco era um poema para Quintana, quanto um mosquito fazendo sombra de lira em outra, para Vinicius – pois ao público e ao leitor interessam muitos temas, abordagens e formas. Ao contrário, o que surpreende é a exclusão voluntária a que o poeta se submeteu, como se isso pudesse atrapalhar a sua poesia ou como se ele não estivesse preparado para abordar poeticamente assuntos tão complexos, superar o mundo provinciano em que estava metido.

Eu nada entendo da questão social.
Eu faço parte dela, simplesmente...
E sei apenas do meu próprio mal,
Que não é bem o mal de toda gente,

Nem é deste Planeta... Por sinal
Que o mundo se lhe mostra indiferente!
E o meu Anjo da Guarda, ele somente,
É quem lê os meus versos afinal...

E enquanto o mundo em torno se esbarronda,
Vivo regendo estranhas contradanças
No meu vago País de Trebizonda...

Entre os Loucos, os Mortos e as Crianças,
É lá que eu canto, numa eterna ronda,
Nossos comuns desejos e esperanças!

(Soneto V)

Deixemos de lado, porém, a leitura mais imediata desse que é o poema mais polêmico de Quintana para avaliar uma mais favorável, baseada na ironia – o poeta não estaria dizendo o que está escrito, estaria se auto-ironizando – leitura apoiada em versos como “Nem é deste Planeta... Por sinal” e “No meu vago País de Trebizonda...”. Estaria o poeta falando a sério? Não entenderia nada da “questão social” quem, dez anos antes, alistara-se como voluntário na Revolução de 30, através do 7º Batalhão de Caçadores de Porto Alegre, rumando com Getúlio Vargas para derrubar Washington Luís no Rio de Janeiro? Verdade que ele se decepcionou, não com a causa, como explica a sobrinha Elena Quintana, mas com sua própria atuação: “O grupo do qual o tio fazia parte ficou encarregado de policiar o mangue. Não foi muito agradável. O tio, como escrevia bem, ainda foi designado a fazer os diários da tropa. Ele contava que os fazia com liberdade, com um texto bem floreado. Mesmo assim, decepcionou-se com o trabalho pesado e com, digamos, a falta de glamour da função”. Além disso, jovem desregrado e assim a vida inteira, ele não teria se deixado “contaminar” pela disciplina militar. Permaneceu seis meses no Rio de Janeiro e voltou para Porto Alegre. O fato é que depois dessa experiência a política se apagaria do seu horizonte, chegando ele a declarar mais tarde que se alistou porque “estava curioso de conhecer o Rio”, afirmação que não pode ser lida longe do seu espírito galhofeiro. Admitamos, então, uma referência auto-irônica nesse soneto, um grau de consciência, por assim dizer, de si mesmo. Mas por que continuamos com a forte impressão de que nesse poema o poeta deslindava da sua poética aspectos importantes da realidade? Talvez ajude na resposta uma anedota de consultório onde o paciente diz ao analista, “Doutor, cheguei à conclusão de que sou péssimo marido, mau amante e um pai medíocre”. O analista, ao invés de perguntar o habitual, “Por que o senhor diz isso?”, ou “Por que o senhor se deprecia dessa maneira?”, ou “O senhor conhece alguém assim na sua família?”, opta por outra alternativa: “O fato de o senhor me dizer que é péssimo marido, mau amante e um pai medíocre, não diminui em nada a possibilidade de o senhor ser um péssimo marido, mau amante e um pai medíocre”. Ou seja, às vezes quando alguém se autocritica o faz com a certeza íntima de que não é nada disso do que está dizendo, pois a verdade está encoberta e é melhor que a aparência. Em relação a Quintana, o dado é que ele exercitou durante a vida muito do que aqui, na primeira publicação, expunha entre afirmativo e auto-irônico, por isso a citada impressão forte que o poema causa permanece.

Objetivando uma análise justa, podemos dizer que as esperanças, pelo menos, estão ali, todavia de modo insuficiente para negar totalmente o que está dito antes. Quem quer ver o contrário, troca o rigor da análise pela simpatia ao bom velhinho, mas não ajuda a resolver essa questão que ele nos deixou.

Um poeta tem o direito de escrever sobre o que ele quiser, embora as suas opções, evidentemente, cobrem um preço. O nome de Mario Quintana, o mais importante poeta gaúcho e seguramente um dos mais destacados da cena nacional, demanda hoje uma série de perguntas, algumas suscitadas no diálogo entre poetas ou acadêmicos, quase sempre de modo restrito, como se ninguém quisesse incomodar a justa admiração que o público lhe devota. Porque tem o tamanho que tem, merece e resiste a toda a reflexão, seu lugar está garantido, o que importa é que outros modos de sentir sejam gerados, consoantes com a demanda da realidade em movimento, junto aos poetas capazes de exprimi-los. Para ombrear com ele, será preciso ir além dele, o mundo não pára.

Formuladas de maneira investigativa, algumas perguntas se impõem. As opções poéticas que tomou ao longo da vida ampliaram ou limitaram a profundidade da obra? Ao preferir-se à margem das questões sócio-políticas, trocadas pelo embate direto com as pequenas e palpáveis coisas da vida, que reflexos isso trouxe à obra, se mesmo do pequeno, o que é plenamente viável, evitava tirar o todo? Essas opções estão ligadas a um certo tom passadista e negativo ante ao progresso, sempre visto como um incômodo, em alguns de seus poemas? É possível concordar com a formulação do crítico gaúcho Luís Augusto Fischer, segundo a qual Quintana, apesar de poeta nacionalmente importante, não atingiu a esfera dos maiores, ao lado de gente como Carlos Drummond de Andrade e outros, por recusar-se às grandes questões de sua época? Esse último, aliás, produziu uma pertinente indagação poética, bem-vinda ao caso e merecedora de reflexão: “Como fugir ao mínimo objeto, ou recusar-se ao grande?”

Quintana, contudo, resolveu muitas demandas para nós, as mesmas que levaram outros a bater cabeça no muro, recebendo por isso o carinho do público. A assunção do cotidiano, da rua, das pessoas que nela transitam como matéria da poesia é uma dessas conquistas. A fluência verbal nos poemas, na poesia em prosa, e inclusive nas formas fixas como a do soneto, é outra: já não se escreve enrolado, de trás pra frente, cuspindo versos.

O MAPA

Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...

(É nem que fosse o meu corpo!)

Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...

Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez do meu repouso...
(Apontamentos de História Sobrenatural, 1976)

Tradutor de 168 livros – de autores fundamentais como Proust, Conrad, Voltaire, Virginia Woolf, Maupassant, Lin Yutang, Balzac, Papini, etc – ele não brandia sua erudição, preferia citar nos seus textos os populares Anjo da Guarda, Menino Jesus, Frankestein, Simbad, Jack o Estripador, Lili, Tia Élida, Major Pitalunga e outros. E ao eleger os tipos humanos reais, merecedores de sua atenção, agia de igual modo. Mesmo sendo um poeta lírico, apegado a temas como a passagem do tempo e o ser diante da morte, retratava a experiência das pessoas comuns, sem atrativos especiais maiores do que a faina diária pela sobrevivência e a sabedoria nela adquirida. Se deixou para outros ou para os pósteros o equacionamento de algumas questões relativas à poesia e à arte, como procuramos demonstrar, isso não quer dizer que não se colocasse ao lado do povo.

AS PARTEZINHAS

Num remoto verão, ouvi uma cozinheira consultando o farmacêutico da esquina, a propósito de sua filhinha de meses:

– Ah, seu Lotário, nem queira saber. A toda hora eu ponho talco nas partezinhas dela... Não adianta! O senhor não poderia me arranjar alguma outra coisa?

Mas que diplomacia de linguagem – refleti, – que respeito aos ouvintes e, principalmente, à criaturinha em questão!

E que haveriam de pensar daquela grossa comadre certas mulheres finas de hoje? As quais, por um esnobismo às avessas, tentam falar como elas pensam que fala o povo. Ora, o povo é mais refinado...
(A Vaca e o Hipogrifo, 1977)

A recusa humorada ao excessivo e ingênuo apego à forma – na verdade, à deformação da arte – é mais uma contribuição sua, fosse o matiz parnasiano ou concretista, como se pode ler nos livros Espelho Mágico (1951) e Do Caderno H (1973), respectivamente:

DO CUIDADO DA FORMA

Teu verso, barro vil,
No teu casto retiro, amolga, enrija, pule...
Vê depois como brilha, entre os mais, o imbecil,
Arredondado e liso como um bule!

TRECHO DE ENTREVISTA

Mas por que falar em poesia concretista? Diga-se concretismo, apenas, e estará ressalvada a poesia.

E certa narrativa contemporânea de apelo comercial precisaria conhecer o chiste abaixo, também de Do Caderno H:

REFINAMENTOS

Escrever o palavrão pelo palavrão é a modalidade atual da antiga arte pela arte.

Mais do que tudo, ele nos legou o seu humor poético – um dado importante que não pode ser reduzido ao simples poema-piada, embora ele também o exercitasse, particularmente nos aforismos – uma maneira muito sua de se relacionar com os outros e com o real, às vezes escondida como fina ironia dentro dos melhores poemas. Caso raro, raríssimo, o de um lírico bem-humorado! Sendo o humor um modo muito saudável de encarar o mundo, eficiente na criação imediata da perspectiva realista, e causador de uma grande economia psíquica, como observou Freud, por definição libertadora. Quintana era um trocista de primeira, dentro e fora da poesia. Durante os últimos anos da ditadura, um Ministro de Estado se aproximou dele em uma sessão de autógrafos, na Feira do Livro de Porto Alegre, e tentou ser gentil: “Gosto muito dos seus versinhos”. Quintana, abrindo sua típica expressão de incredulidade, revidou no mesmo instante: “Obrigado por sua opiniãozinha”. No livro A Vaca e o Hipogrifo, reparem só, até da morte ele consegue fazer graça: “é quando a gente pode, afinal/ estar deitado de sapatos...”

O contato direto do poeta com o público, através da seção Do Caderno H – iniciada em 1943 na Revista Província de São Pedro, da épica Livraria do Globo, tornada diária no Correio do Povo de 1953 até 1967, transferida para o Caderno de Sábado até 1980 e Letras & Livros do mesmo jornal até 1984, com reprodução no Jornal da Tarde de São Paulo – com certeza contribuiu para o entrelaçamento entre autor e público, ampliando o seu modo simples e elevado de tratar a complexidade da vida e criando um público leitor de poesia no Rio Grande do Sul, algo nada desprezível. Tanto que – apesar de hoje se dizer que Quintana é localmente mais conhecido do que sua poesia – a idéia que os gaúchos têm do que seja ou não poesia remete sempre ao que ele realizou, o que se pode comprovar em conversas, nos resultados dos concursos literários e em muitos dos poemas que circulam nos ônibus de Porto Alegre. De resto, acontece o mesmo em outros estados onde houve um poeta dominante, como é o caso de Paulo Leminski no Paraná.

Quanto à elevação e simplicidade, quem não se deixaria atingir por algo tão singelo, verdadeiro e pra cima como isto?

Os casais que fazem amor estão dando corda no relógio da vida.

Agorinha apareceu nova teoria no pedaço, e eu não abordaria o tema se não fosse ele colocado em pauta por um destacado pensador do nosso sistema literário em pública palestra. Mario Quintana homossexual? Bobagem. Morreu sozinho mas teve lá suas namoradas, e a mencionada Eloí Callage, então estagiária do Correio do Povo, é só uma delas. Eu mesmo vi, nas mãos de uma senhora hoje avó, uma quantidade de poemas manuscritos e, entre eles, um bilhete erótico sobre o qual estava colada uma foto de revista, mais arrancada do que recortada, na qual uma bela moça nua apertava entre as nádegas um lírio vermelho. Mais cedo ou mais tarde isso aparece, fiquem tranqüilos, não vou ser eu quem vai entregar o jogo. Sem falar na conhecida paixão do poeta por Cecília Meirelles, mulher casada, nunca correspondida.

A OFERENDA

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos...
Trago-te estas mãos vazias
Que vão tomando a forma do teu seio.

(Esconderijos do Tempo, 1980)

ESTUFA

Que imaginação depravada têm as orquídeas! A sua contemplação escandaliza e fascina. Vivem procurando e criando inéditos coloridos, e estranhas formas, combinações incríveis, como quem procura uma volúpia nova, um sexo novo...
(Sapato Florido, 1948)

Quintana escreveu algo que nos remete hoje, em homenagem aos seus 100 anos, a ele mesmo e a um sentido da vida: Quando morremos acontece com as nossas esperanças o mesmo que com esse brinquedo de estátuas, em que todos se imobilizam de súbito, cada qual na posição do momento. Mas as esperanças têm menos paciência. E vão imediatamente continuar, no coração dos outros, o seu velho sonho interrompido.

E lá vamos nós.

Bibliografia:

CLEMENTE, Elvo; MOREIRA, Alice Terezinha Campos e CAMINHA, Heda Maciel. A ironia em Mario Quintana. Porto Alegre: Acadêmica, 1983.

FEIX, Daniel. Mario Quintana, luz sobre o poeta. Revista Aplauso, Porto Alegre, n. 72, pp. 26-33, Jan. 2006.

FIGUEIREDO, Maria Virgínia Poli de. O uni-verso de Quintana. Caxias do Sul: UCS/EST, 1976.

FISCHER, Luís Augusto. Literatura gaúcha. Porto Alegre: Leitura XXI, 2004.

Um passado pela frente, poesia gaúcha ontem e hoje. Porto Alegre: UFRGS, 1998.

FORBES, Jorge. O analista do futuro. Revista Memória da Psicanálise, São Paulo, n. 4, pp. 6-13, 2005.

QUINTANA, Mario. Quintanares (A rua dos cataventos, Canções, Sapato Florido, O aprendiz de feiticeiro e Espelho mágico). Porto Alegre: Globo/MPM, 1976.

Do caderno H. Porto Alegre: Globo, 1973.

Prosa e Verso. Porto Alegre: Globo, 1978.

Apontamentos de história sobrenatural. Porto Alegre: Globo, 1984 .

Literatura comentada. (Seleção, notas e estudos de Regina Zilberman). São Paulo: Abril, 1982.

Instituto Estadual do Livro. Mario Quintana. Autores Gaúchos, Porto Alegre: IEL/ULBRA/AGE, 1996.

MARTINS, Cyro. Escritores gaúchos. Porto Alegre: Movimento, 1981.

SCHMIDT, Simone P. e BARBOSA, Marcia H.S. (Org.) Mario Quintana. Cadernos Porto & Vírgula, v. 14. Porto Alegre: SMC/Prefeitura Municipal, 1997.

SCHNEIDER, Sidnei. Mario Quintana, simplicidade e humor. Hora do Povo, São Paulo, 14 mai. 1994. Segundo Caderno, p.7.

A curiosa regra do sofrimento do artista. Hora do Povo, São Paulo, 20 fev. 1997. Segundo Caderno, p. 8.

Bilac e o parnasianismo. Poiésis, Porto Alegre: Ed. Autor, 2000. p.9.

SCHÜLER, Donaldo. A poesia no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1987.

Site: Mario Quintana: www.releituras.com/mquintana_bio.asp

terça-feira, julho 25, 2006

"OMS confirma mais de 2.000 mortes por cólera em Angola - Estadao.com.br :: Saúde



cólera

Luanda - Mais de 2.000 pessoas já morreram por causa de um surto de cólera que há cinco meses afeta Angola, informou hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com a agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU), 2.089 pessoas perderam a vida por causa da doença no país até domingo.

O surto de cólera começou em Luanda, a capital angolana, e espalhou-se por 15 das 18 províncias do país ao longo dos últimos cinco meses. De acordo com autoridades sanitárias locais, mais de 50.000 casos foram diagnosticados no período.

O cólera é transmitido por meio de água contaminada e está relacionado a condições precárias de higiene, à superpopulação e à falta de sistemas adequados de saneamento. A doença pode ser tratada com relativa facilidade, mas provoca muitas mortes em países em desenvolvimento. A infra-estrutura pública de Angola, especialmente seu sistema de saúde, foi amplamente deteriorada durante duas décadas de uma guerra civil encerrada em 2002.
AE/AP"

Brasil perde com fracasso da Rodada de Doha, diz 'FT'

BBCBrasil.com | Reporter BBC | Brasil perde com fracasso da Rodada de Doha, diz 'FT'

sexta-feira, julho 21, 2006

Geografia 3º Ano Professor Jéferson Pitol Righetto: Mapas BR

Massas de Ar BR

Sete pontos culminantes brasileiros e as novas altitudes


O IBGE concluiu, em junho deste ano, novas medições de sete pontos culminantes (mais altos) brasileiros, em parceria com o Instituto Militar de Engenharia (IME). O trabalho teve como principal objetivo rever as altitudes dos pontos mais elevados do País, utilizando recursos mais modernos e novas tecnologias, como o GPS (Sistema de Posicionamento Global) - sistema de navegação e posicionamento por satélite. A missão do IBGE nesta campanha, da qual participaram um técnico especializado em Geodésia e dois engenheiros-cartógrafos, além dos militares responsáveis pela logística, foi retratar com precisão o território brasileiro.

Localizam-se no estado do Amazonas o primeiro e o segundo maiores pontos culminantes: Pico da Neblina e Pico 31 de Março. Na terceira colocação, está o Pico da Bandeira, situado no Espírito Santo. Em Minas Gerais, localiza-se o quarto maior ponto culminante, o Pico da Pedra da Mina. O pico das Agulhas Negras está situado no Rio de Janeiro e ocupa a quinta posição. O sexto maior ponto, o Pico do Cristal, encontra-se no estado de Minas Gerais. Na sétima colocação, está o Monte Roraima, que se situa no estado de Roraima.

Após as novas medições, a suspeita, que já existia, pôde agora ser confirmada pelo IBGE: o Pico da Pedra da Mina, localizado no município de Passa-Quatro, Minas Gerais, é mais elevado do que o Pico das Agulhas Negras, pertencente a Itatiaia, no Rio de Janeiro. Antes de 2004, a última medição dos pontos culminantes havia sido feita na década de sessenta pelo Ministério das Relações Exteriores, através da Primeira Comissão Demarcadora de Limites. Naquela época, utilizou-se o barômetro, instrumento criado no século XVII para indicar a pressão atmosférica, a altitude e prováveis mudanças do tempo.

Nome Localidade Estado Altitudes Novas(m)**
1º. Pico da Neblina Serra Imeri AM 2.993,78
2º. Pico 31 de Março Serra Imeri AM 2.972,66
3º. Pico da Bandeira Serra do Caparaó ES 2.891,98
4º. Pico da Pedra da Mina Serra da Mantiqueira MG 2.798.39
5º. Pico das Agulhas Negras Serra do Itatiaia RJ 2.791,55
6º. Pico do Cristal Serra do Caparaó MG 2.769,76
7º. Monte Roraima Serra do Pacaraima RR 2.734,06

segunda-feira, julho 17, 2006

Mapas BR

Mapas BR

MAPAS Brasil _ AULA



Mapas BR






Sete pontos culminantes brasileiros e as novas altitudes

Geografia 3º Ano Professor Jéferson Pitol Righetto: Sete pontos culminantes brasileiros e as novas altitudes

Muitas informações úteis!!!!!!!

IBGE TEEN

Estados do Brasil dados

ambientebrasil - Estados do Brasil dados - portal ambiental

Geologia e relevo do Brsil

Geologia é a ciência que estuda a história física da Terra, sua origem, os materiais que a compõem e os fenômenos naturais ocorridos durante as várias eras e períodos da escala geológica terrestre. A geologia enquanto ciência se propõem a:
1.Descrever as características do Interior e da superfície da terra, em várias escalas.
2.Compreender as razões de ordem física e química que levaram o planeta a ser tal como o observamos.
3.Definir de maneira adequada a utilização dos materiais e fenômenos geológicos como fonte de matéria-prima e energia para melhoria da qualidade de vida da sociedade.
4.Resolver os problemas ambientais causados anteriormente e estabelecer critérios para evitar futuros danos ao meio ambiente, nas várias atividades humanas. 5.Valorizar a relação entre o ser humano e a natureza.Já a geomorfologia estuda as formas de relevo, tendo em vista a origem, a estrutura, a natureza das rochas, o clima da região e as diferentes formas internas e externas que formam o relevo terrestre.




Bases Geológicas Brasileiras

A história do planeta divide-se em eras geológicas, períodos, épocas e idades, não sendo proporcional a duração entre elas.

No Brasil, as eras geológicas ocorreram na seguinte escala, da mais recente à mais antiga: Cenozóica, Mesozóica, Paleozóica e Proterozóica.

Eras Períodos Tempo decorrido (1.000 anos) Características no Brasil

Características Gerais

Cenozóica Quaternário Holoceno Pleistoceno 11 1.000 Sedimentação da Amazônia, Pantanal e Litoral. Grandes abalos tectônicos. Terrenos na Amazônia, rio Parnaíba e litoral do Nordeste. Grandes migrações de animais. Caracterização das formas de relevo atuais. Aparecimento do homem e das atuais formas de vida. Configuração dos atuais oceanos e continentes. Enrugamentos alpinos e formação das grandes montanhas atuais. Extinçao dos répteis gigantescos e desenvolvimento excepcional dos mamíferos. Desenvolvimento de plantas semelhantes às que atualmente conhecemos. Formação das cadeias montanhosas da atualidade (Alpes, Andes, Rochosas, Himalaia, Atlas e da África Oriental).
Terciário Plioceno Mioceno Oligoceno Eoceno 12.000 23.000 35.000 55.000
Mesozóica Secundário Cretáceo Jurássico Triássico 135.000 180.000 220.000 Formação de bacias do Paraná-Uruguai, Tocantins-Araguaia e São Francisco. Formação de desertos no planalto Meridional. Derrame de lava (deserto de Botucatu). Intenso trabalho de erosão e sedimentação. Erupções vulcânicas em muitos pontos da Terra. Desenvolvimento excepcional dos moluscos e répteis gigantescos. Primeiros mamíferos e aves. A divisão em dois do continente de Gondwana (Afro-Brasileiro e Áustralo-Indo-Malgaxe). No hemisfério norte forma-se o continente Atlântico Norte e também o Sino-Siberiano, a partir do continente Laurásia.
Paleozóica Primário Superior Permiano Carbonífero 270.000 350.000 Intensa erosão dos terrenos brasileiros Início da formação das grandes bacias sedimentares brasileiras com a acumulação de sedimentos entre nossos escudos e núcleos. O continente americano fazia parte do gigantesco continente gondwânico. Grandes abalos orogênicos em nossos terrenos. Jazidas de carvão mineral no sul do Brasill. Rochas metamórficas e sedimentares. Desenvolvimento notável da vida, principalmente no mar. Na terra aparecem invertebrados e gigantescas florestas. A parte sólida do planeta dividia-se em cinco continentes: Gondwana, Algonquiana, Angara, Terra Escandinava e Terrínia. Diastrofismos e orogênese (movimentos tectônicos de amplitude mundial que modificam o modelado da crosta terrestre). Formação dos Apalaches, Alpes Escandinavos, maciço da Floresta Negra.
Primário Médio Devoniano Siluriano 400.000 430.000
Primário Inferior Ordoviciano Cambriano 490.000 600.000
Proterozóica (Pré-Cambriano) Algonquiano Arqueano Mais de 2 bilhões de anos atrás Áreas restritas do Brasil: série Minas, Itacolomi e Lavras (sudeste brasileiro). Rochas magmáticas e metamórficas. Movimentos orogênicos e vulcanismo intenso.
Início da formação dos núcleos e escudos brasileiros. Formação dos escudos e núcleos. Rochas magmáticas e metamórficas. Existiam apenas os continentes Indo-Afro-Brasileiro e Arqueo-Índico.

Sendo a crosta terrestre a base da estrutura geológica da Terra, várias rochas passam a compor esta estrutura e distinguem-se conforme a origem:

1.Rochas magmáticas (ígneas ou cristalinas): formadas pela solidificação do magma, material encontrado no interior do globo terrestre. Podem ser plutônicas (ou intrusivas, ou abissais), solidificadas no interior da crosta, e vulcânicas (ou extrusivas, ou efusivas), consolidadas na superfície.

2.Rochas sedimentares: formadas pela deposição de detritos de outras rochas, pelo acúmulo de detritos orgânicos, ou pelo acúmulo de precipitados químicos.

3.Rochas metamóficas: formadas em decorrência de transformações sofridas por outras rochas, devido às novas condições de temperatura e pressão.

A disposição destas rochas determina três diferentes tipos de formações:

Escudos antigos ou maciços cristalinos
São blocos imensos de rochas antigas. Estes escudos são constituídos por rochas cristalinas (magmático-plutônicas), formadas em eras pré-cambrianas, ou por rochas metamórficas (material sedimentar) do Paleozóico, são resistentes, estáveis, porém bastante desgastadas.
Correspondem a 36% da área territorial e dividem-se em duas grandes porções: o Escudo das Guianas (norte da Planície Amazônica) e o Escudo Brasileiro (porção centro oriental brasileira).

Bacias Sedimentares:
São depressões relativas, preenchidas por detritos ou sedimentos de áreas próximas. Este processo se deu nas eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica, contudo ainda ocorrem nos dias atuais. Associam-se à presença de petróleo, carvão, xisto e gás natural.
Corresponde a 64% do território, constituindo grandes bacias como a Amazônica, a do Meio-Norte, a do Paraná, a São-franciscana e a do Pantanal Mato-grossense e outras pequenas bacias.

Dobramentos Modernos
: São estruturas formadas por rochas magmáticas e sedimentares pouco resistentes; foram afetadas por forças tectônicas durante o Terciário provocando o enrugamento e originando as cadeias montanhosas ou cordilheiras.
Em regiões como os Andes, as Montanhas Rochosas, os Alpes, o Atlas e o Himalaia, são freqüentes os terremotos e as atividades vulcânicas.
Apresentam também as maiores elevações da superfície terrestre. Os dobramentos resultam de forças laterais ou horizontais ocorridas em uma estrutura sedimentar que forma as cordilheiras. As falhas resultam de forças, pressões verticais ou inclinadas, provocando o desnivelamento das rochas resistentes.


Estudos Geomorfológicos no Brasil

A expansão dos estudos geomorfológicos no Brasil se deu nos últimos 50 anos, devido à valorização das questões ambientais e por aplicar-se diretamente à análise ambiental.

No Brasil, as primeiras contribuições geomorfológicas, datam do século XIX, quando pesquisadores “naturalistas” buscavam de maneira diversificada compreender o meio ambiente e pesquisadores "especialistas", ou seja, botânicos, cartógrafos, geógrafos e geólogos, dedicavam-se a conteúdos específicos.

Estudando vários temas e diversas regiões brasileiras, as primeiras gerações de geólogos brasileiros juntamente com alguns estrangeiros, desenvolveram a partir do início do século até a década de 40 o conhecimento geomorfológico no Brasil. Vários trabalhos de brasileiros marcaram este período como, por exemplo, o de Guimarães (1943) e Azevedo (1949), que reúne e sintetiza o relevo brasileiro; Maack (1947) sobre a geologia do Paraná; King (1956) aborda a geomorfologia no Brasil oriental e Tricart (1959), que estabelece a divisão morfoclimática para o Brasil atlântico central.

A geomorfologia brasileira conheceu novos cenários a partir do final dos anos 60 e início dos anos 70, incorporando conceitos da Teoria Geral do Sistema e aplicando idéias relativas ao equilíbrio dinâmico.

Um dos maiores projetos já realizados, buscando o levantamento de recursos naturais, incluindo geologia, geomorfologia, solos, vegetação e uso do solo foi o Projeto Radam Brasil. De 1973 em diante, publicou-se os relatórios, os documentos cartográficos (mapas temáticos) que recobrem todo o País, formando um total de 40 volumes.

Atualmente, a geomorfologia acompanha os rumos teóricos e os caminhos de aplicação; entretanto, a dificuldade de acesso rápido às novas tecnologias e a falta de infra-estrutura prejudicam os avanços da ciência.


Relevo

O relevo de todas as partes do mundo, assim como o relevo brasileiro, apresenta saliências e depressões oriundas das eras geológicas passadas. Estas saliências e depressões conhecidas como acidentes de primeira ordem configuram as montanhas, planaltos, planícies e depressões; além desses acidentes existem outros menores: as chapadas, as cuestas e as depressões periféricas.

Montanhas

Grande elevação de terreno formada por ação de forças tectônicas. Originam-se a partir de dobras, falhas ou vulcões; quanto à idade, podem ser antigas, como as serras do Mar e da Mantiqueira, ou recente, como a Cordilheira dos Andes, dos Alpes e do Himalaia.

Planaltos

Superfície mais ou menos plana e elevada em relação às áreas próximas, delimitadas por escarpas; o processo de desgaste supera o de deposição de materiais.

Planícies

Superfície mais ou menos plana, de natureza sedimentar, predominando os processos de deposição de sedimentos. Existem dois tipos de planícies: as costeiras (junto ao litoral) e as continentais (interior dos continentes).

Depressões absolutas

Porções do relevo mais baixas que o nível do mar; no Brasil não há ocorrência deste tipo de depressão; porém, existem as depressões relativas, mais baixas em relação às terras próximas e acima do nível do mar.

Chapadas

Planalto de rochas sedimentares apresentando topografia tabular.

Cuestas

Presentes no planalto Meridional. São formas assimétricas de relevo, formadas pela sucessão alternada de camadas rochosas cuja resistência varia de acordo com o desgaste.

Depressões periféricas

São áreas deprimidas formadas pelo contato entre terrenos sedimentares e massas cristalinas. São comuns nos planaltos brasileiros.


Estes acidentes resultaram da ação de dois tipos de agentes ou fatores do relevo. De origem interna (vulcanismo, tectonismo e outros) e de origem externa (água corrente, temperatura, chuva, vento, geleiras, seres vivos). É possível afirmar que o relevo brasileiro:

1.Apresenta grande variedade de formas, como planícies, planaltos, depressões relativas, cuestas e montanhas muito antigas.

2. Não se caracteriza pela existência de áreas de dobramentos modernos, formações originadas por vulcanismo recente ou outras que dependam da glaciação de altitude, e nem mesmo por depressões absolutas.

3. Apresenta modestas altitudes, já que a quase totalidade das terras possui menos de 1.000 metros de altitude e somente meio por cento do território encontra-se acima desse limite.

4. É predominantemente constituído por planaltos (58,5%), seguidos das planícies ou terras baixas conhecidas como platôs (41%).

Tradicionalmente, o relevo divide-se tomando como base duas classificações: de Aroldo de Azevedo e de Aziz Ab'Saber.

Aroldo de Azevedo

Aziz Ab'Saber

Planaltos
1.das Guianas
2.Brasileiro, subdividido em:
- Atlântico - Central - Meridional
Planaltos
1.das Guianas, engloba a região serrana e o planalto Norte-Amazônico

2.Brasileiro, subdividido em:
- Central - Meridional - Nordestino - Serras e planaltos do Leste e Sudeste - do Maranhão-Piauí - Uruguaio-Rio-grandense
Planícies
1.Amazônica
2.do Pantanal
3.Costeira
Planícies
1.Planícies e terras baixas amazônicas
2.Planícies e terras baixas costeiras
3.Planície do Pantanal

Após o descobrimento de todas as potencialidades terrestres e brasileiras, oriundas das transformações ocorridas durante as diversas eras geológicas, passou-se a estudar os sítios arqueológicos, as cavernas e demais “monumentos” surgidos no Brasil.



Histórico da Ocupação do Território Brasileiro

A ocupação do Brasil teve início a partir de sua faixa litorânea. Os núcleos litorâneos desenvolveram-se em função da exploração de produtos extrativos e da produção agrícola voltada para a exploração, indicando um vínculo e uma fraca articulação com o interior do território. Essa primeira etapa de ocupação territorial foi caracterizada por atividades predatórias voltadas para extração da madeira. Posteriormente, o governo português concentrou esforços para difusão da produção de cana-de-açúcar, apesar das dificuldades com o meio físico, da hostilidade dos índios, dos altos custos dos meios de transporte e da escassez da mão de obra, fatos que foram compensados pelo preço do açúcar no mercado europeu.

No início do povoamento, a população ficou bastante restrita ao litoral. Somente no séc. XVII é que a penetração no território foi efetiva. No litoral do nordeste, o grande incremento demográfico teve importância na atividade agrícola canavieira; a ocupação de seu interior se deu através da instalação da pecuária bovina em áreas não propícias ao desenvolvimento da cana-de-açúcar, contribuindo para o sertão semi-árido. As ocupações de grandes extensões tiveram como objetivo principal a criação de animais. Essa atividade criteriosa deu origem à formação dos primeiros núcleos urbanos no interior.

No sudeste surgia São Paulo, que contribuiu para uma expansão da ocupação do território. Revelou-se então a existência de importantes riquezas minerais em terras que hoje pertencem a Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

Nos séculos XVI e XVII a lavoura canavieira e a criação de gado foram atividades que contribuíram para a efetivação da ocupação do espaço brasileiro. Também a descoberta de minerais provocou, no séc. XVII, o deslocamento do povoamento para o interior, que se deu de forma temporária, uma vez que se baseava na exploração aluvial. A mineração passou a se dar através de veios auríferos e contribuiu para a formação dos primeiros núcleos urbanos dependentes da mineração, cuja importância era vinculada à exploração econômica de jazidas.

A ocupação da Amazônia ocorreu facilmente devido à existência de muitos rios, o que permitiu a implantação de pequenos núcleos que não prosperaram. Uma efetiva ocupação do solo ocorreu na região, mas voltada apenas para a subsistência, sendo a extração de produtos vegetais a base da economia regional. Essa ocupação inicial não mudou quase nada as condições naturais, exceto em algumas regiões, como a área ao redor de Belém.

A ocupação do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste ocorreu a partir do séc. XVII.

No extremo sul do Brasil (séc. XVIII), a colonização se deu com núcleos portugueses, assentando, no Rio Grande do Sul, os colonos açoreanos. Esta região já havia sido objetivo de incursões de criadores paulistas, que haviam se estabelecido em áreas de campo, desenvolvendo a pecuária, que encontrou condições ambientais favoráveis para o desenvolvimento, tendo como finalidade a exportação do couro. Nessa época, destaca-se a cidade de São Paulo como centro de comercialização para integração das diferentes áreas povoadas.

Por volta do séc. XIX, essa ação colonizadora instalou mais de vinte colônias que permaneceram até o fim do século. O sistema de apropriação de terras, através de colonização oficial ou particular, foi implantado também em outras regiões de mata; porém, foi no sul do país que esse modo ocupacional de terras foi mais difundido.

Como consequência dessa expansão, ocorreu uma centralização de antigos núcleos urbanos dessas áreas, ao mesmo tempo em que surgiram novas aglomerações urbanas pela atividade cafeeira. No Rio de Janeiro, o ritmo de expansão foi mais rápido que em São Paulo, onde, no séc. XX, ainda existiam extensas áreas ocupadas por matas. Neste Estado, a difusão cafeeira deu-se na expansão da rede ferroviária, que ocorreu de forma paralela ou conseqüentemente à ocupação, ou mesmo direcionando este movimento, contribuindo com a expansão dessa lavoura e favorecendo o crescimento demográfico do estado.

O uso inadequado dos solos cultivados com as lavouras de café, levou-os ao esgotamento rápido, uma vez que não houve a preocupação com uma prática de métodos de conservação, o que promovia o deslocamento constante da lavoura cafeeira em direção às novas áreas.

Na primeira metade do séc. XX, todo o Estado de São Paulo estava ocupado e desmatado, existindo apenas pequenas áreas com matas, que contrastavam com as extensões cobertas por cafezais, dando origem a uma nova paisagem rural. O povoamento atingiu o norte do Paraná, onde as condições eram semelhantes às de São Paulo, incentivando o avanço da atividade cafeeira. Nessa área, a colonização particular promovida por estrangeiros, responsáveis pela instalação de uma infra-estrutura rodoferroviária, atraiu colonos oriundos de outros estados, que haviam passado por São Paulo.

Já no fim da década de 40, consolidou-se a ocupação em terras de mata do norte do Paraná, tornando-se uma das áreas mais prósperas do Brasil, favorecendo o aparecimento de diversos núcleos urbanos.

O movimento de ocupação no Rio Grande do Sul, na segunda metade do séc. XIX, deu-se por maioria de povos germânicos e eslavos. Aos poucos os colonos europeus foram ocupando encostas e vales do planalto meridional, estabelecendo-se em unidades de pequena produtividade e provocando o aparecimento de centros urbanos no interior de Santa Catarina e Paraná.

Com a Proclamação da República, as terras devolutas passaram a ser propriedades do Estado. Isto contribuiu para acelerar a ocupação na direção oeste, provocando o desmatamento dessas áreas. Esse processo de ocupação se restringia às áreas de mata, deixando os campos nas quais se instalava uma atividade criatória extensiva. Por iniciativa oficial, empresas participaram da ocupação dessas terras.

Em Santa Catarina, predominou a colonização particular, promovida pelo capital comercial europeu, em direção ao planalto, onde encontrou, no fim da década de 30, a frente de expansão do Rio Grande do Sul. Avançou até alcançar, na década de 40, as terras do oeste do Paraná. Neste Estado, este tipo de colonização expandiu-se até o norte e juntou-se à frente de expansão paulista.

No fim da década de 40, não existiam mais terras “livres” no Rio Grande do Sul e praticamente todas as terras de matas haviam sido destruídas, restando apenas reservas ao longo do Rio Uruguai.

Em meados do séc. XX, os estados do Sul estavam quase todos ocupados e, como conseqüência, houve desmatamento.

Ainda na metade do séc. XX, outras áreas foram objetos de colonização oficial e particular, dando destaque às colônias do Vale do Rio Doce (SP), do Mato Grosso, de Goiás e Uvá (GO), e de Dourados (MS).

Na década de 70, a construção de uma nova capital deu-se num curto espaço de tempo, com a criação de Brasília impulsionando a ocupação do Brasil Central. Nesse sentido, ocorreram mudanças no traçado da malha rodoviária nacional, destacando a implantação das rodovias em direção às capitais estaduais e às regiões de fronteiras, o que permitiu a incorporação de novas áreas à economia nacional, acelerando o ritmo no interior do País.

A partir daí, o Estado passou a desempenhar um importante papel na ocupação do território, apoiado por incentivos fiscais, visando investimentos privados em novas áreas. Essa preocupação do governo com o desenvolvimento das regiões periféricas e a tentativa de viabilização para exploração dos recursos naturais e das potencialidades produtivas dessas áreas beneficiaram mais as grandes empresas do que as populações presentes.

A década de 70 caracterizou-se pela ocupação das terras das Florestas da Amazônia e pela valorização das terras de Cerrado do Centro-Oeste. A ocupação da Amazônia foi acelerada pela tentativa de integração nacional. A abertura de grandes vias de penetração permitiu a chegada de populações das diversas áreas do País às terras distantes da Amazônia, fazendo surgir uma grande frente de expansão; a ação de empresas, as pequenas e médias propriedades e a colonização oficial visando a diminuição das tensões sociais existentes nas áreas rurais permitiram sua ocupação. Esta ocupação estendeu-se desde o Acre até o nordeste do Maranhão, assumindo diferentes graus de intensidade e agressão ao meio ambiente, pois foi efetivada por grandes desmatamentos e queimadas que causaram grandes prejuízos ao ecossistema.

A valorização das terras do Cerrado ocorreu em função de dois aspectos: a proximidade dos grandes centros urbanos do País e a topografia plana que facilitava a mecanização de atividades agrárias. Esses aspectos favoráveis ao desenvolvimento dessas terras vieram ao encontro da necessidade de expansão da agricultura gerada pelo modelo de País que privilegiava a produção agrícola exportável.

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domingo, julho 16, 2006

China: novas ameaças demográficas

China: novas ameaças demográficas

Nelson Bacic Olic
http://www.clubemundo.com.br/
Com 1,3 bilhão de habitantes a China, como se sabe, é o país mais populoso do planeta abrigando cerca de 20% da população mundial. Esse contingente humano já era enorme na época da vitória da Revolução Comunista (1949). Por volta de 1970, a população chinesa já havia atingido mais de 800 milhões de pessoas graças, em grande parte, ao estímulo dos governantes chineses, especialmente Mao Tse-tung, que via no aumento populacional um caminho para o engrandecimento do país.

O que era aparentemente bom na época de Mao se transformou num baita problema para seus sucessores, que não encontravam meios para conter a explosão populacional senão através de um rígido controle de natalidade colocado em prática no fim dos anos 1970. Se não fosse assim, é bem provável que a população chinesa seria hoje composta por 1,6 bilhões de habitantes.

O controle da natalidade posto em prática pelo governo tem sido exercido na base do “toma-lá-dá-cá”, isto é, concessão de vantagens para os que têm apenas um filho e severas penas para os que transgridem a regra. O aborto, legalizado pelo governo, pode ser feito com facilidade a custos relativamente baixos.

Além dos problemas inerentes ao seu tamanho, a população chinesa é uma fonte potencial de instabilidade devido sua composição sexual. A política de um só filho, aliada à histórica predileção dos chineses por crianças do sexo masculino, vem tendo um efeito colateral não avaliado pelas autoridades. O número de homens já supera o de mulheres em cerca de 40 milhões de indivíduos e especialistas acreditam que, por volta do ano 2020, milhões de jovens chineses do sexo masculino não poderão se casar por absoluta falta de parceiras disponíveis.

Tanto autoridades chinesas quanto especialistas de outros países acreditam que o desequilíbrio sexual da população pode levar ao aumento da violência dentro e fora da China. Enquanto no mundo nascem entre 106 e 107 bebês do sexo masculino para cada grupo de 100 bebês do sexo feminino, na China a relação média é de 117 para 100. Em alguns lugares da zona rural esse desequilíbrio é ainda muito maior.

Segundo dados do último recenseamento, dos cerca de 40 milhões de homens “excedentes”, pouco mais da metade têm menos de 20 anos. O aumento da violência contra o sexo feminino já é uma realidade quase cotidiana no interior da China. O seqüestro e venda de mulheres para camponeses que não conseguem casar são praticas admitidas em muitas regiões rurais do país. Essas ações não se limitam ao território chinês e já atingem mulheres de países vizinhos como a Coréia do Norte, Vietnã e Tailândia.

A preferência por filhos do sexo masculino está ligada a razões de cunho cultural e econômico. Além de serem mais valorizados na tradição confuciana da China, os bebês do sexo masculino representam a garantia de manutenção de seus pais na velhice. Num país onde as redes de proteção social são quase inexistentes, especialmente nas zonas rurais, os filhos carregam a obrigação de cuidar de seus pais e avós na velhice, ao passo que as filhas saem de casa para se dedicar à família de seu cônjuge.
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Os filhos do sexo masculino não só garantem a aposentadoria dos pais como ainda se constituem numa mão-de-obra essencial na economia familiar da zona rural. Talvez por conta disso é que os dirigentes chineses permitem que casais que têm o primeiro filho do sexo feminino possam tentar gerar um segundo filho quatro anos depois. Essa opção é inexistente para os casais cujo primogênito for homem.

Há indícios que esse desequilíbrio sexual (que no caso da China não encontra paralelo na história da humanidade), já causa e pode ainda causar inúmeros problemas. Estudos têm demonstrado que a maior parte dos crimes é cometida por homens jovens e sem laços familiares. Por outro lado, para tentar reduzir a violência interna, governantes podem ser tentados a incentivar campanhas militares para as quais os jovens são necessários, decorrendo dessa estratégia certas ameaças à estabilidade internacional.

A baixa taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida provocam outro problema, que é o rápido crescimento do número de idosos no país. Muitos especialistas afirmam que a China tem a sociedade que envelhece mais rapidamente em todo o mundo, o que coloca para o Estado o desafio de criar uma rede de seguridade social que ampare essas pessoas quando elas não estiverem mais trabalhando.

Atualmente, a faixa etária referente às pessoas com mais de 65 anos corresponde a quase 9% da população total, isto é, cerca de 115 milhões de pessoas. Na China, o número das pessoas com mais de 65 anos deverá chegar a 300 milhões por volta de 2030, cifra que será acrescida em mais 100 milhões em 2040, quando as pessoas dessa faixa etária representarão aproximadamente 25% da população total. O temor das autoridades chinesas é que a sociedade fique velha antes de ficar rica, o que agravaria ainda mais as tensões sociais.

Especial Oriente Médio

Estadao.com.br :: Especiais

Ai vocês, podem ter uma noção dos fatos.
Mas lembrando um pouco, será que não se pode desconfiar dessas atitudes israelenses?
Pois, toda reunião do G8 eles fazem uma dessas, sempre que pautas importantes e diversificadas.
Outra coisa de se estranhar é o fato do petróleo que estava em baixa de preços, lenta é verdade, mas uma baixa, teve retorno a rotina de altas seguidas. Como conseqüência olhem o valor das ações das Petroleiras!!!!!!!!!
Quem ganha com isso???????????????
Pelo menos fica uma pulga atrás da orelha.

No mais boas férias, ah! e como dica de férias uns filminhos:

* Syriana (fala sobre o mundo do petróleo, bem sujestivo, não?)

*Crash (mostra as contradições socias e quistos racias estadunidense pós 11/09)

*Boa noite e Boa sorte ( mostra a caça as bruxas nos EUA durante a Guerra-FRIA )

*Mauá o Imperador e o Rei do Brasil ( mostra as foças contrárias a industrialização no Brasil durante o império) em VHS

Aproveitem e boas férias!!!!!!!!!!